César Nunes


Natural do Paraná, o então seminarista, deixa sua Terra Natal e dedica-se ao Distrito que adotou como seu: Barão Geraldo
Tudo começou quando César Nunes decidiu vir à Campinas para estudar Teologia. Foi aí, que, enquanto seminarista, ele teve o seu primeiro contato com o Distrito de Barão Geraldo. Nunes havia sido designado para fazer um trabalho (conhecido como "Pastoral") no Distrito.
Em 1979, aos 20 anos de idade, César Nunes chega em Barão Geraldo e passa a viver na Casa Paroquial do Distrito. Em 83, o seminarista desiste da carreira religiosa, mas não desiste de morar em Barão, lugar onde se casou e constituiu sua família.
De 79 até hoje (2002), César Nunes tem-se mostrado presente em Barão Geraldo. Ao deixar a Teologia, o ex - seminarista ingressa na Filosofia. Começa a trabalhar como professor em algumas escolas públicas, como a Barão Geraldo de Rezende, e realiza cursos de mestrado e doutorado na Unicamp. Consegue uma cadeira como professor na Puccamp e, também, professor concursado da Unicamp.
Vivendo em Barão desde 79, Nunes garante sempre ter defendido as especificidades e originalidades do Distrito. Ainda como seminarista chegou a promover, junto a comunidade, as "Festas do Chope" que, por terem como tema central "o boi", vieram, posteriormente, originar a "Festa do Boi Falô". "Até então, o povo tinha uma anti - identidade com o Boi Falô", recorda.
Em 84, César Nunes escreve uma monografia sobre a lenda do Boi Falô e recebe, do Ministério da Cultura, uma menção honrosa pelo terceiro lugar conquistado.
Em 92, é eleito vereador, pelo PT. Na realidade ele havia ficado como suplente. No entanto, como o então vereador, Luciano Zica, deixa o cargo, em 94, ao se eleger deputado, Nunes assume a cadeira de vereador em Campinas.
Durante os três anos que atuou como vereador, Nunes garante sempre ter buscado uma linha de atuação para Barão Geraldo. Porém, por ser um vereador do PT, e ter trabalhado em uma administração do PMDB, disse ter sentido certa hostilidade por parte de seus colegas de trabalho. "Eu tenho documentos de tudo que as pessoas me pediam e eu protocolava. Pedi uma "Casa da Cultura" para Barão Geraldo, fui atuante no Plano diretor de Barão, estando ao lado dos ambientalistas que não queriam a idéia do Distrito cheio de prédios..." exemplificou. E, deste modo, conquistou a antipatia daqueles que queriam um Distrito desenvolvimentista.
César Nunes afirma não ser contra o desenvolvimento de Barão. No entanto, enfatiza que o Distrito deve manter-se residencial.
Sua decepção com a vida política veio nas eleições posteriores, onde perdeu por uma diferença de ,apenas, 18 votos. A partir daí, abandonou a vida política e decidiu dedicar-se à vida acadêmica.
No entanto, em 2000, aceitou o convite do então prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, para presidir a Fundação para preservação da Mata Santa Genebra (a Fundação José Pedro de Oliveira).
Para César Nunes, a riqueza de Barão encontra-se no fato de conviverem, no Distrito, quatro culturas diferentes: a dos sitiantes, que vieram inicialmente; os agregados, proletários, que vieram depois para trabalharem nos sítios; os professores universitários, que vieram posteriormente a criação da Unicamp; e, para finalizar, os universitários.
Nunes considera Barão um lugar cheio de contradições, que possui muita história para contar. Portanto, seu sonho é construir um "Centro de Memória", com documentos, fotografias e móveis antigos, que retratem a história do Distrito.
Juliana Iorio



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